Existem anticoncepcionais para homens?

Existem anticoncepcionais para homens?

De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE, cerca de 60% das mulheres utilizam pílulas anticoncepcionais. Apesar de as mulheres poderem optar por pílulas, adesivos, diafragmas e DIU (dispositivo intrauterino), estes podem trazer efeitos colaterais indesejados. E para homens? Existe algum tipo de anticoncepcional?

A ciência tem tentado desenvolver medicamentos semelhantes à pílula feminina para evitar gravidezes. Isso significa que a pílula masculina teria um efeito transitório, exatamente como a feminina, reduzindo a produção e a motilidade de espermatozoides. No entanto, nenhum foi lançado no mercado. Além disso, os testes realizados não surtiram efeitos positivos, resultando em qualquer nível de infertilidade e redução do desejo sexual e da ereção.

 

Mas então, quais os métodos anticoncepcionais disponíveis para homens?

Os métodos contraceptivos masculinos são nossos conhecidos: preservativos, como a camisinha, e vasectomia. Estas são formas de evitar que os espermatozoides tenham acesso ao óvulo, impedindo a gravidez. Métodos como o coito interrompido não são recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por ser pouco efetivo contra a concepção.

A camisinha é um método contraceptivo prático e eficaz, sendo o mais popular entre os homens. Outra vantagem é a proteção contra doenças sexualmente transmissíveis, ou seja, transmitidas através das relações sexuais.

Já a vasectomia possui um efeito definitivo caso não seja revertida três ou quatro anos após sua realização. Sendo assim, a taxa de sucesso da reversão diminui conforme este tempo aumenta.

 

Como funcionam os anticoncepcionais para homens?

Além de proteger contra gravidezes e doenças sexualmente transmissíveis, a camisinha não exerce nenhum efeito sobre o organismo masculino. Sendo assim, o preservativo funciona como uma barreira mecânica que não causa nenhuma alteração hormonal no homem. Desta forma, tanto o processo de produção quanto a liberação de espermatozoides permanece o mesmo após a retirada da camisinha.

A vasectomia é uma cirurgia que prevê a ligadura dos canais deferentes. Desta forma, a interrupção da passagem dos espermatozoides promove um impedimento à fecundação. Após a realização da vasectomia, é recomendado o uso de outros métodos contraceptivos por aproximadamente 60 dias após a cirurgia. Esta medida visa eliminar os espermatozoides que possam estar retidos no organismo após a ligadura.

Os anticoncepcionais hormonais, então, visam inibir a produção dos espermatozoides, também chamada espermatogênese.  Isso acontece devido à redução dos hormônios que estimulam a produção de testosterona.

Os métodos não hormonais envolvem a inibição de funções do espermatozoide já formado. Sendo assim, reduziria sua motilidade ou bloquearia sua saída pelo ducto deferente.

 

O que impede a criação de anticoncepcionais para homens como as pílulas para mulheres?

As pesquisas que visam desenvolver métodos contraceptivos masculinos em forma de pílula ou gel ainda encontram desafios. Estas barreiras, muitas vezes, são técnicas, econômicas e culturais, tanto para métodos hormonais quanto não hormonais.

Os desafios vão desde os efeitos colaterais (acne, variação na libido, mudança de humor e dores de cabeça) até a ideia de que a contracepção é uma responsabilidade feminina. Também há o receio de afetar a produção de espermatozoides e a questão do tempo necessário para que o método comece a fazer efeito. Além disso, ainda é preciso despertar o interesse de grandes indústrias, de modo que haja financiamento para estas pesquisas.