O urotélio é a camada interna da bexiga e está em contato com a urina que se acumula para ser expelida. Portanto, as células que formam esse urotélio estão expostas a todas as substâncias que o corpo elimina através da urina.
O câncer da bexiga é uma consequência da transformação do urotélio. Suas células começam a proliferar de forma anormal, ganhando a capacidade de invadir o órgão. Em alguns casos, pode até mesmo circular pelo corpo e produzir tumores em outras partes do corpo (chamado de metástase).
Dados do Instituto Nacional de Câncer estimam que cerca de dez mil novos casos da doença são confirmados anualmente. Dentre os pacientes, os do sexo masculino são os mais afetados por este tipo de câncer.
O principal fator de risco para o câncer de bexiga é o uso de cigarro. O ato de fumar aumenta em três vezes o risco de desenvolver o câncer da bexiga comparado com aqueles que não fumam. Outros fatores responsáveis são: a idade do paciente, o histórico familiar e a exposição a substâncias químicas.
A ingestão de nicotina contida em cigarros e outros produtos pode aumentar o risco de câncer de bexiga. Isso acontece porque esta substância tóxica é eliminada pela urina. Além disso, esse e outros elementos podem causar prejuízos ao revestimento da bexiga.
Alguns produtos químicos, como arsênico e outros contidos em tintas, borracha e couro, podem passar da corrente sanguínea para a bexiga. Como no caso da nicotina, a exposição a estas substâncias químicas aumenta o risco de câncer de bexiga.
A idade do paciente passa a ser um fator de risco à medida que o envelhecimento aumenta o risco de câncer de bexiga. Da mesma forma, homens possuem maior probabilidade de desenvolver este tipo de câncer. Esta é uma doença que pode acometer pessoas de qualquer sexo ou idade, mas é mais comum em homens com mais de 40 anos.
As chances de desenvolver câncer também são maiores em pessoas cujos familiares já tenham histórico de câncer de bexiga.
O principal sinal está relacionado à presença de sangue na urina (hematúria), o que pode dar a ela uma coloração anormal. No entanto, a dor pélvica é outro sintoma importante, podendo ocorrer também incontinência urinária, dor ao urinar e dor nas costas. Há relatos de fadiga e perda de peso.
Sim. A maior delas consiste na disseminação do tumor, que pode atingir outros órgãos. Caso ele se locomova pelos linfonodos pélvicos, pode chegar aos órgãos como fígado, pulmões e ossos. Outras complicações são anemia, retenção urinária por coágulos ou pelo tumor, dilatação dos ureteres e dos rins, podendo evoluir para hemodiálise.
A escolha do tratamento adequado está relacionada ao estágio da doença, à gravidade dos sintomas e à saúde geral do paciente. Conforme orientação médica, pode ser proposta a realização de uma cirurgia para remoção do tumor (raspagem da lesão da bexiga através do canal da urina) e muitas vezes com aplicação de medicamento dentro da bexiga para ativar a imunidade local. Quando o tumor invade a musculatura da bexiga, poderá ser necessário a retirada total da bexiga e em alguns casos quimioterapia e radioterapia .
A cirurgia não é adequada em casos avançados e com metástases, sendo assim, a quimioterapia é a opção mais viável no tratamento paliativo.
Como em outros casos de câncer, o diagnóstico precoce pode garantir a recuperação do paciente. Afinal, com o diagnóstico correto, é possível iniciar o tratamento o quanto antes, reduzindo complicações e possíveis danos.